sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Ser DIFERENTE.

         Ser diferente é ser solitário. Quando fracassamos, recebemos solidariedade por todos os lados.

   Há três palavras que nos são atribuídas quando somos exaltados por nossas conquistas: sucesso, êxito e destaque. Todas elas têm algo em comum: separação.
   A palavra 'sucesso' vem do latim, e significa 'o que vem depois', como em 'sucessão', como em  'suceder'; é deixar um estado para um outro desconhecido.
   'Êxito' também vem do latim 'Exit', que se traduz em 'sair', em 'deixar'.
   'Destaque' é, também, de origem latina, 'destacare', retirar, separar.
   O famoso bom senso costuma atribuir estas três qualidades descritas acima àqueles que são bem sucedidos na vida. Se observarmos atentamente, veremos que aqueles que têm sucesso são solitários. Um exemplo: ao comprarmos um carro, digamos que uma Ferrari, logo as pessoas do grupo ao qual pertencemos nos perguntam se não temos medo de assalto. Isto acontece quando nos destacamos do grupo. Por outro lado, quando sofremos alguma derrota, vou colocar o exemplo do assalto, recebemos a solidariedade do grupo dizendo-nos que também foram eles assaltados um dia.
   O caminho, diante da diferença, é não retroceder, é encarar a diferença e legitimá-la. Como um artista quando expõe sua arte no mundo.
       

                                                                             
                                                                        

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Haverá (mesmo) o fim do livro?

                                                                      

   Nos últimos dias, ou anos, houve muitas publicações sobre o tema através de livros, jornais, revistas entre outros meios. Para uma melhor compreensão sobre o assunto, é importante uma análise sobre a história do livro e a história do homem, uma vez que ambos estão unidos.
  Cada livro é um texto que narra uma história, biografia, pensamento de uma pessoa, ou várias; há aqueles que ensinam técnicas também. Todos eles são relatos de experiências humanas. Deste modo, cada livro que lemos nos torna mais ricos, nos transforma, faz-nos viajar para lugares que nunca chegaríamos, além de fazer com que conheçamos a nós mesmos e aos outros.




              Uma grande menção é o famoso Shakespeare. Ele revolucionou a escrita sua época: seus personagens autoquestionavam-se. Surge o caminho da individuação. Deixando para trás um relacionamento que antes só havia com os deuses.









  É muito importante analisar a história da criação da forma atual dos livros que conhecemos. O conhecimento era transmitido através da oralidade, ou seja, contavam histórias, ou mitos, para que o conhecimento fosse transmitido. Com o nascimento da escrita nasce os textos que eram gravados em pedras. Passado algum tempo, foi descoberto a folha de papiro, um tipo de planta. O papiro foi muito importante porque facilitava o transporte dos textos. Na procura de algo que tivesse uma longa duração, surge a pergaminho, material feito do coro de animais.

                                                                      
                       
                        Papiro.

                                     Coro de animal (Pergaminho).





 Os mosteiros, grandes responsáveis por guardar conhecimentos, foram os criadores da impressão: tábuas de madeira que sobre suas superfícies eram escritos o texto do tamanho do livro. Essas tábuas eram mergulhadas na tinta, e deste modo conseguiam adquirir várias cópias de um livro.

                                                Mosteiro de Subiaco.                                       
 
    


                    


                                        Gutemberg, século XV, inventou a prensa que
                                        popularizou o livro. 

                                                                                                    

        Suely Gevertz, psicóloga, na revista psique de nº59, tem a opinião de que da mesma forma que a televisão não acabou com o rádio e nem com o cinema, o livro digital não acabará com o livro comum.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

O que quero ser?



        Não é mais correto dizer que "fulano" tem tal vocação, o certo é que adquirimos habilidades e talentos os quais desenvolvemos ao longo de nossas vidas.
        Em nossas escolhas, somos influenciados de diversas maneiras: através de nossos pais: querem que logo escolhamos a nossa profissão; o incentivo para que exerçamos a profissão do momento, incentivo esse influenciado pela mídia; a diversidade de trabalho que aumenta a indecisão.

         Os pais ao tentar auxiliar seus filhos na hora da escolha de uma profissão, acabam por prejudicá-los, pois não têm a noção de que contribuem para uma escolha mais rápida. A mídia influencia ressaltando uma profissão que faz o jovem pensar  que lhe trará benefícios, porém aumenta-lhe a insatisfação ao observar que não é o tipo de trabalho que gostam de fazer. Outro fator que não contribui é a diversidade de trabalho, fazendo com que o jovem não saiba por onde começar.


           As escolas são dedicadas à formação deixando de lado a informação. A maioria delas resolvem essa questão no último ano. Se houvesse um acompanhamento de vários anos, o jovem  teria a possibilidade de desenvolver a aptidão para o tipo de profissão que exercerá futuramente. 
                                                                                                                                           

           O que contribui para uma melhor escolha é o autoconhecimento do próprio jovem: conhecer sua capacidade e limitações, as habilidades que são adquiridas ao longo da vida, as coisas que mais gosta de fazer. Não é mais correto as formas antigas de testes vocacionais, mas um tipo de teste  que indique quais habilidades um jovem possui para determinadas tarefas. O jovem tem que seguir o desejo que tem no coração, pois ao seguir o que as outras opiniões fornecem, nascerá a insatisfação que, consequentemente, gerará doenças: diabetes, estresse, depressão. (Como indicam as pesquisas médicas e psicológicas).
           A ideia antiga de vocação não é mais válida pelo fato de o mundo ter mudado, as profissões estão mescladas umas com as outras. O que tem que ser descobertas são as habilidades e talentos, como antes mencionados, pois não estão associados à uma única profissão.


    Ir. Filipe, OSB.                                                                      
                                                                 

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

A Real Cura. (O cuidar dos doentes e dos profissionais da saúde).

                                                                           
                  
  Hoje, os hospitais não se preocupam, como antes, com uma procura sagaz pela cura: a preocupação da atualidade está em proporcionar aos pacientes um tratamento mais humanizado.

  É inevitável falar, quando pensamos em tratamento humanizado, de Elizabeth Kübler-Ross, grande médica Suiça. No século XX, época em que viveu, era proibido, na medicina, informar ao paciente de que sua vida estava prestes a acabar. Do contrário, o médico seria considerado um profissional fracassado. Na mesma época, os pacientes terminais eram, no fim de suas vidas, abandonados em uma sala fria, com uma lâmpada acesa sobre eles e ausência de familiares, ou seja, eram isolados. Elisabeth, impressionada com tudo que vira, questionou tais procedimentos, e sua decisão tomou um rumo bastante diferente: foi uma médica que não teve medo de falar aos seus pacientes sobre seus reais estados clínicos, fez palestras para seus alunos de medicina onde seus pacientes contavam-lhes seus sonhos e desejos, e Elizabeth, através destas palestras, tinha o intuito de trazer um tratamento mais humanizado: será que estes pacientes mereciam, em seus últimos instantes, o tipo de tratamento que até então tinham? ( Quem tiver mais curiosidade em saber mais sobre a autora acima mencionada, basta ler " A Roda da Vida", livro que relata sua vida).
   Na atualidade, há profissionais que cuidam não só do paciente, mas da família e dos profissionais, ou equipe, que cuidam deste paciente: os psicólogos. É um processo que proporciona bem estar para todos. Às crianças, quando doentes, estes profissionais tentam, de forma lúdica e através de brinquedos, proporcionar-lhes a concientização de suas doenças. É importante enfatizar que cada um deve ser tratado de forma particular, onde observa-se a angústia tanto da criança quanto dos que são responsáveis por ela, para que haja um tratamento adequado. Outro aspecto importante é o tratamento para com os pacientes que são submetidos ao tratamento paliativo. Mesmo com o avanço tecnológico, há uma preocupação em falar com o paciente sobre a possibilidade de morte, pois há a grande procura pela cura. Surge, aqui, os "cuidados paliativos" que objetivam uma melhoria na qualidade de vida dos pacientes e seus familiares através da prevenção e alívio do sofrimento, do tratamento da dor e outros sintomas físicos, psicológicos e espirituais. A qualidade de vida, autonomia, dignidade passam a ser prioridade: há uma equipe que visa ajudar os pacientes na adaptação às mudanças de vida, e promover reflexão para o fundamento desta condição.
    Os profissionais também necessitam de cuidados, pois estão expostos à exaustão psíquicas por causa do contato direto com o sofrimento e a morte. Estes profissionais desviam seus pensamentos e tempo do cuidar de si próprio. Como consequência, há muitos casos de abuso de álcool e drogas, conflitos existenciais, distúrbios de humor, além de uma síndrome chamada "Burn-out" que é uma erosão psicológico decorrente de uma exposição por longos períodos a um tipo de estresse. O profissional de saúde cuida mesmo não estando no seu local de trabalho, pois não deixa de ser visto como profissional capaz de cuidar dos outros. Por esses motivos, este profissional é visto como alguém imune às mazelas de um indivíduo comum, resistente às doenças, que não precisa de lazer. e sempre o buscam para tirar dúvidas sobre remédios e exames. Tem que haver consciência de que este tipo de profissional não está permanentemente à disposição do sofrimento, da dor, da angustia...
   É importante haver espaços que cuidem da saúde mental dos profissionais que atuam na área de saúde para prevenir situações de esgotamento emocional, incluindo o tema de prevenção às drogas: tabagismo, outras drogas que exigem o afastamento destes profissionais. Nos casos de afastamento por transtornos psiquiátricos, há uma necessidade de acompanhamento psicológicos para a readaptação do profissional.
    Todos estes trabalhos têm um bom desempenho quando trabalhado em grupo, pois o grupo amadurece, aprende a lidar com conflitos do dia a dia, minimizando o impácto das tensões comuns no ambiente de cuidado.
    Elisabeth ficaria feliz por seu objetivo inicial ter dado um grande passo.


 Ir. Filipe, OSB

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Todo homem é "capaz" de Deus.

                                                                            

   Todo homem tem desejo de Deus. Ele nos fez por amor, e este desejo surge no momento da criação do homem, que só encontra sua felicidade através da comunhão com Deus.
   A história comprova a busca de Deus através de diversas maneiras: orações, sacrifícios, cultos, meditações e etc. São formas de expressões universais com as quais o homem pode ser considerado um ser religioso. Mas por origens diversas, esta união pode ser ignorada, rejeitada: a revolta contra o mal no mundo, a indiferença religiosas, o mau exemplo dos crentes...Mesmo assim, Deus não cessa de chamar o homem a procurá-lo. Mas a busca exige do homem o esforço de sua inteligência, a retidão de sua vontade, e o testemunho daqueles que o auxiliam a procurar a Deus.
   Um grande exemplo é Teresa de Lisieux. É fato que Deus concedeu-lhe a graça da oração, ouso dizer que como um germe. Mas para que esse germe desenvolvesse, era necessário o exemplo de sua família. Seu pai, homem fervoroso na oração, surpreendia a pequena Teresa na sua infância quando mergulhava-se em oração. " Realmente, eu estava escutando bem o pregador, mas olhava mais vezes para  papai do que para o pregador. Seu belo semblante dizia-me tantas coisas!... Por vezes, seus olhos enchiam-se de lágrimas. Parecia estar desligado da terra, tanto sua alma gostava de imergir nas veredas eternas". (Comenta Teresa em seus escritos).
   Não é a toa que o catecismo da Igreja Católica ressalta a importância de sermos exemplos para que os outros tenham a vontade de buscar a Deus. Teresa teve o exemplo de seu pai, irmãs... Hoje ela nos é um exemplo próximo de oração.
     A oração, na prática, é a comunhão com Deus, deve ser entendida como súplica, prece. Seu fundamento é a vida da graça, adquirida através das virtudes, e a purificação dos sentidos. A oração que mais se destaca em Teresa é a mental e oral. Assim ela é feliz, pois se encontra em Deus.
     Estejamos abertos para Deus, pois a nossa felicidade está n'Ele. Lembremos de que Ele sempre nos procura, abramos nosso coração para esse Deus que sempre nasce em nós!

 Ir. Filipe, OSB.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Onde nasceu a pizza?




                   Certas palavras são tão corriqueiras que é raro indagarmos de onde ela vem. A palavra "pizza" é um exemplo delas. Pela grafia, se trata de palavra do italiano. Fazendo uma arqueologia das palavras, o dicionário italiano Zingarelli aponta-a já existente no século X na região de Gaeta. Nos séculos seguintes, é referida como termo Napolitano para indicar massa de pão que vai ao forno. Os temperos vieram de outros locais e épocas: o tomate, por exemplo, é uma planta Americana. 
         O termo relaciona-se à ideia de mordida, como no antigo Alemão "bizzo" ou "pizzo", que hoje se diz "biss" (no inglês "bit"). Essa palavra deve ter chegado à Itália no período de migrações germânicas. Como o resultado da mordida é o pedaço mordido , a palavra aparece como esses dois sentidos (mordida, pedaço), os quais se restringem ao sentido de "pedaço de pão" e daí para "forma de pão"  e "fogaça".



          O ponto de partida da forma "pizza" coincide com a área equivalente à de outros povos germânicos que entraram na Itália. Aparece na área em que viveram os Longobardos, região distante da de Napóles.
           Podemos concluir que as pizzas antigas não tinham tomates, e a palavra nem é Italiana. Essa associação da palavra "pizza" ao atual prato que conhecemos, chama-se Metáfora. As metáforas são nomes velhos para coisas novas.
           Situação similar ocorre no Brasil, país cuja língua é um mosáico derivado de muitas outras línguas: quando vieram os europeus, as diferentes etnias africanas, os povos do oriente e as diversas tribos indígenas; cada um com seu dialeto.     

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

A nossa sociedade.

   

   Em nossa sociedade, a violência está introduzida de modo que não percebemos. Ousaria nominá-la de algo como fetichismo na sociedade; em alusão ao título "fetichismo da mercadoria" que Marx usa em sua obra " o capital". A diferença estaria em que o termo "fetichismo da mercadoria" está ligado ao modo falso que enxergamos a mercadoria, esse tema tratarei em outra oportunidade. O "fetichismo" na sociedade, ocorre de forma que enxergamos a violência, e ao mesmo tempo não; pois nos acostumamos a ela e nem a questionamos!
  Nos transportes públicos, nos acotovelamos, brigamos no trânsito, e xingamos por qualquer coisa. Se analisarmos bem, perceberemos que tudo isso é como uma defesa para nossa sobrevivência. O pior de tudo é que as crianças crescem nesse clima de violência, ao começar dentro da própria escola.; enfatizo o bullying. De forma resumida, o bullying quer significar um poder sobre aqueles que são mais fracos e indefesos. Geralmente o colega mais forte agride o mais fraco e, neste contexto, há as testemunhas. Verificamos assim que há três grupos: o forte, o fraco e as testemunhas. Todos saem perdendo! O forte, provavelmente, tem uma vida conturbada, não tem a atenção de seus pais, e assim será seu desenvolvimento comportamental. O fraco é prejudicado: fica no canto solitário, tem poucos amigos, não gosta de estudar, entre outros problemas. As testemunhas, por sua vez, também são afetadas, pois têm medo de denunciar para que não sejam as próximas vítimas. Dentro dessa problemática, as instituições de ensino junto aos pais não sabem como resolver o problema.
   Outro fato está no vazio que essa sociedade oferece hoje. Uma das saídas para aqueles que não aguentam esse vazio é a droga. As drogas são: cigarro, o álcool, a maconha, a cocaína, entre outras. 
    O cigarro, até há algumas décadas, passava a ideia de bem estar, e quem o usava tinha a imagem de poder: no caso dos homens, se imaginavam mais viris, e as mulheres se tornavam sexis. O cigarro tem uma substância chamada nicotina, que quando usada, vai direto para o cérebro ligando-se aos receptores de nicotina nas células nervosas (neurônios). Quando isso acontece, há uma liberação de dopamina, substância responsável pelo bem estar, sensação de prazer. Na falta de nicotina, o usuário de cigarros se desesperam, pois o corpo se torna dependente da nicotina para a produção de dopamina. Para um fumante abandonar a prática, é preciso o querer, ter vontade. Há estudos na elaboração de novos medicamentos para ajudar a controlar a abstinência, sendo essencial a ajuda de profissionais.
   As drogas ilícitas como a maconha, a cocaína e seus derivados prejudicam não só o indivíduo, como a sociedade. A maconha, segundo estudos, tem sua origem na África, se expande pela Europa através  das invasões islâmica, e assim é introduzida no continente Americano pelo colonizadores. As drogas, na antiguidade, eram usadas em rituais religiosos para um "contato" mais próximo com a divindade. Hoje, o consumo se torna mais social, mas a sua utilização é para a fuga da realidade que cada dia, para muitos, se torna insuportável. O tratamento para a maconha, a cocaína, embora devem ser comparadas com diferenças, é através da psicoterapia com uns dos tratamentos chamado psico-comportamental. Pois não há remédio, o que se usa é a reassocialização; no caso do usuário de cocaína, deve explicá-lo o que é lícito e ilícito. O crack, derivado da cocaína com diferença apenas da falta de uma substância chamada ácido cítrico, é uma das substância mais devastadoras no mundo das drogas. Traz uma sensação de prazer imediato, e logo de imediato traz também a insaciedade, fazendo com que o consumidor logo introduza em seu corpo outra dose, uma atrás da outra. Sugere que o uso crônico do crack interfira na saúde mental e no funcionamento cognitivo geral do usuário, efeitos que não são reversíveis com a abstinência.
    todos os dias, ao ver os marginalizados da sociedade cheirando ou consumindo drogas, matando, com um noticiário violento como o atual, será que de fato enxergamos?
    Como mencionei, a droga era usada para o "contato" com o Divino. Hoje, já não se procura do divino. É algo lamentável! 


    Ir. Filipe, OSB