quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Haverá (mesmo) o fim do livro?

                                                                      

   Nos últimos dias, ou anos, houve muitas publicações sobre o tema através de livros, jornais, revistas entre outros meios. Para uma melhor compreensão sobre o assunto, é importante uma análise sobre a história do livro e a história do homem, uma vez que ambos estão unidos.
  Cada livro é um texto que narra uma história, biografia, pensamento de uma pessoa, ou várias; há aqueles que ensinam técnicas também. Todos eles são relatos de experiências humanas. Deste modo, cada livro que lemos nos torna mais ricos, nos transforma, faz-nos viajar para lugares que nunca chegaríamos, além de fazer com que conheçamos a nós mesmos e aos outros.




              Uma grande menção é o famoso Shakespeare. Ele revolucionou a escrita sua época: seus personagens autoquestionavam-se. Surge o caminho da individuação. Deixando para trás um relacionamento que antes só havia com os deuses.









  É muito importante analisar a história da criação da forma atual dos livros que conhecemos. O conhecimento era transmitido através da oralidade, ou seja, contavam histórias, ou mitos, para que o conhecimento fosse transmitido. Com o nascimento da escrita nasce os textos que eram gravados em pedras. Passado algum tempo, foi descoberto a folha de papiro, um tipo de planta. O papiro foi muito importante porque facilitava o transporte dos textos. Na procura de algo que tivesse uma longa duração, surge a pergaminho, material feito do coro de animais.

                                                                      
                       
                        Papiro.

                                     Coro de animal (Pergaminho).





 Os mosteiros, grandes responsáveis por guardar conhecimentos, foram os criadores da impressão: tábuas de madeira que sobre suas superfícies eram escritos o texto do tamanho do livro. Essas tábuas eram mergulhadas na tinta, e deste modo conseguiam adquirir várias cópias de um livro.

                                                Mosteiro de Subiaco.                                       
 
    


                    


                                        Gutemberg, século XV, inventou a prensa que
                                        popularizou o livro. 

                                                                                                    

        Suely Gevertz, psicóloga, na revista psique de nº59, tem a opinião de que da mesma forma que a televisão não acabou com o rádio e nem com o cinema, o livro digital não acabará com o livro comum.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

O que quero ser?



        Não é mais correto dizer que "fulano" tem tal vocação, o certo é que adquirimos habilidades e talentos os quais desenvolvemos ao longo de nossas vidas.
        Em nossas escolhas, somos influenciados de diversas maneiras: através de nossos pais: querem que logo escolhamos a nossa profissão; o incentivo para que exerçamos a profissão do momento, incentivo esse influenciado pela mídia; a diversidade de trabalho que aumenta a indecisão.

         Os pais ao tentar auxiliar seus filhos na hora da escolha de uma profissão, acabam por prejudicá-los, pois não têm a noção de que contribuem para uma escolha mais rápida. A mídia influencia ressaltando uma profissão que faz o jovem pensar  que lhe trará benefícios, porém aumenta-lhe a insatisfação ao observar que não é o tipo de trabalho que gostam de fazer. Outro fator que não contribui é a diversidade de trabalho, fazendo com que o jovem não saiba por onde começar.


           As escolas são dedicadas à formação deixando de lado a informação. A maioria delas resolvem essa questão no último ano. Se houvesse um acompanhamento de vários anos, o jovem  teria a possibilidade de desenvolver a aptidão para o tipo de profissão que exercerá futuramente. 
                                                                                                                                           

           O que contribui para uma melhor escolha é o autoconhecimento do próprio jovem: conhecer sua capacidade e limitações, as habilidades que são adquiridas ao longo da vida, as coisas que mais gosta de fazer. Não é mais correto as formas antigas de testes vocacionais, mas um tipo de teste  que indique quais habilidades um jovem possui para determinadas tarefas. O jovem tem que seguir o desejo que tem no coração, pois ao seguir o que as outras opiniões fornecem, nascerá a insatisfação que, consequentemente, gerará doenças: diabetes, estresse, depressão. (Como indicam as pesquisas médicas e psicológicas).
           A ideia antiga de vocação não é mais válida pelo fato de o mundo ter mudado, as profissões estão mescladas umas com as outras. O que tem que ser descobertas são as habilidades e talentos, como antes mencionados, pois não estão associados à uma única profissão.


    Ir. Filipe, OSB.                                                                      
                                                                 

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

A Real Cura. (O cuidar dos doentes e dos profissionais da saúde).

                                                                           
                  
  Hoje, os hospitais não se preocupam, como antes, com uma procura sagaz pela cura: a preocupação da atualidade está em proporcionar aos pacientes um tratamento mais humanizado.

  É inevitável falar, quando pensamos em tratamento humanizado, de Elizabeth Kübler-Ross, grande médica Suiça. No século XX, época em que viveu, era proibido, na medicina, informar ao paciente de que sua vida estava prestes a acabar. Do contrário, o médico seria considerado um profissional fracassado. Na mesma época, os pacientes terminais eram, no fim de suas vidas, abandonados em uma sala fria, com uma lâmpada acesa sobre eles e ausência de familiares, ou seja, eram isolados. Elisabeth, impressionada com tudo que vira, questionou tais procedimentos, e sua decisão tomou um rumo bastante diferente: foi uma médica que não teve medo de falar aos seus pacientes sobre seus reais estados clínicos, fez palestras para seus alunos de medicina onde seus pacientes contavam-lhes seus sonhos e desejos, e Elizabeth, através destas palestras, tinha o intuito de trazer um tratamento mais humanizado: será que estes pacientes mereciam, em seus últimos instantes, o tipo de tratamento que até então tinham? ( Quem tiver mais curiosidade em saber mais sobre a autora acima mencionada, basta ler " A Roda da Vida", livro que relata sua vida).
   Na atualidade, há profissionais que cuidam não só do paciente, mas da família e dos profissionais, ou equipe, que cuidam deste paciente: os psicólogos. É um processo que proporciona bem estar para todos. Às crianças, quando doentes, estes profissionais tentam, de forma lúdica e através de brinquedos, proporcionar-lhes a concientização de suas doenças. É importante enfatizar que cada um deve ser tratado de forma particular, onde observa-se a angústia tanto da criança quanto dos que são responsáveis por ela, para que haja um tratamento adequado. Outro aspecto importante é o tratamento para com os pacientes que são submetidos ao tratamento paliativo. Mesmo com o avanço tecnológico, há uma preocupação em falar com o paciente sobre a possibilidade de morte, pois há a grande procura pela cura. Surge, aqui, os "cuidados paliativos" que objetivam uma melhoria na qualidade de vida dos pacientes e seus familiares através da prevenção e alívio do sofrimento, do tratamento da dor e outros sintomas físicos, psicológicos e espirituais. A qualidade de vida, autonomia, dignidade passam a ser prioridade: há uma equipe que visa ajudar os pacientes na adaptação às mudanças de vida, e promover reflexão para o fundamento desta condição.
    Os profissionais também necessitam de cuidados, pois estão expostos à exaustão psíquicas por causa do contato direto com o sofrimento e a morte. Estes profissionais desviam seus pensamentos e tempo do cuidar de si próprio. Como consequência, há muitos casos de abuso de álcool e drogas, conflitos existenciais, distúrbios de humor, além de uma síndrome chamada "Burn-out" que é uma erosão psicológico decorrente de uma exposição por longos períodos a um tipo de estresse. O profissional de saúde cuida mesmo não estando no seu local de trabalho, pois não deixa de ser visto como profissional capaz de cuidar dos outros. Por esses motivos, este profissional é visto como alguém imune às mazelas de um indivíduo comum, resistente às doenças, que não precisa de lazer. e sempre o buscam para tirar dúvidas sobre remédios e exames. Tem que haver consciência de que este tipo de profissional não está permanentemente à disposição do sofrimento, da dor, da angustia...
   É importante haver espaços que cuidem da saúde mental dos profissionais que atuam na área de saúde para prevenir situações de esgotamento emocional, incluindo o tema de prevenção às drogas: tabagismo, outras drogas que exigem o afastamento destes profissionais. Nos casos de afastamento por transtornos psiquiátricos, há uma necessidade de acompanhamento psicológicos para a readaptação do profissional.
    Todos estes trabalhos têm um bom desempenho quando trabalhado em grupo, pois o grupo amadurece, aprende a lidar com conflitos do dia a dia, minimizando o impácto das tensões comuns no ambiente de cuidado.
    Elisabeth ficaria feliz por seu objetivo inicial ter dado um grande passo.


 Ir. Filipe, OSB

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Todo homem é "capaz" de Deus.

                                                                            

   Todo homem tem desejo de Deus. Ele nos fez por amor, e este desejo surge no momento da criação do homem, que só encontra sua felicidade através da comunhão com Deus.
   A história comprova a busca de Deus através de diversas maneiras: orações, sacrifícios, cultos, meditações e etc. São formas de expressões universais com as quais o homem pode ser considerado um ser religioso. Mas por origens diversas, esta união pode ser ignorada, rejeitada: a revolta contra o mal no mundo, a indiferença religiosas, o mau exemplo dos crentes...Mesmo assim, Deus não cessa de chamar o homem a procurá-lo. Mas a busca exige do homem o esforço de sua inteligência, a retidão de sua vontade, e o testemunho daqueles que o auxiliam a procurar a Deus.
   Um grande exemplo é Teresa de Lisieux. É fato que Deus concedeu-lhe a graça da oração, ouso dizer que como um germe. Mas para que esse germe desenvolvesse, era necessário o exemplo de sua família. Seu pai, homem fervoroso na oração, surpreendia a pequena Teresa na sua infância quando mergulhava-se em oração. " Realmente, eu estava escutando bem o pregador, mas olhava mais vezes para  papai do que para o pregador. Seu belo semblante dizia-me tantas coisas!... Por vezes, seus olhos enchiam-se de lágrimas. Parecia estar desligado da terra, tanto sua alma gostava de imergir nas veredas eternas". (Comenta Teresa em seus escritos).
   Não é a toa que o catecismo da Igreja Católica ressalta a importância de sermos exemplos para que os outros tenham a vontade de buscar a Deus. Teresa teve o exemplo de seu pai, irmãs... Hoje ela nos é um exemplo próximo de oração.
     A oração, na prática, é a comunhão com Deus, deve ser entendida como súplica, prece. Seu fundamento é a vida da graça, adquirida através das virtudes, e a purificação dos sentidos. A oração que mais se destaca em Teresa é a mental e oral. Assim ela é feliz, pois se encontra em Deus.
     Estejamos abertos para Deus, pois a nossa felicidade está n'Ele. Lembremos de que Ele sempre nos procura, abramos nosso coração para esse Deus que sempre nasce em nós!

 Ir. Filipe, OSB.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Onde nasceu a pizza?




                   Certas palavras são tão corriqueiras que é raro indagarmos de onde ela vem. A palavra "pizza" é um exemplo delas. Pela grafia, se trata de palavra do italiano. Fazendo uma arqueologia das palavras, o dicionário italiano Zingarelli aponta-a já existente no século X na região de Gaeta. Nos séculos seguintes, é referida como termo Napolitano para indicar massa de pão que vai ao forno. Os temperos vieram de outros locais e épocas: o tomate, por exemplo, é uma planta Americana. 
         O termo relaciona-se à ideia de mordida, como no antigo Alemão "bizzo" ou "pizzo", que hoje se diz "biss" (no inglês "bit"). Essa palavra deve ter chegado à Itália no período de migrações germânicas. Como o resultado da mordida é o pedaço mordido , a palavra aparece como esses dois sentidos (mordida, pedaço), os quais se restringem ao sentido de "pedaço de pão" e daí para "forma de pão"  e "fogaça".



          O ponto de partida da forma "pizza" coincide com a área equivalente à de outros povos germânicos que entraram na Itália. Aparece na área em que viveram os Longobardos, região distante da de Napóles.
           Podemos concluir que as pizzas antigas não tinham tomates, e a palavra nem é Italiana. Essa associação da palavra "pizza" ao atual prato que conhecemos, chama-se Metáfora. As metáforas são nomes velhos para coisas novas.
           Situação similar ocorre no Brasil, país cuja língua é um mosáico derivado de muitas outras línguas: quando vieram os europeus, as diferentes etnias africanas, os povos do oriente e as diversas tribos indígenas; cada um com seu dialeto.